Hoje é dia de celebrar e relembrar sua vida querido lalá.
Como homem aprendi desde cedo a me colocar no lugar do outro
e entender suas dores. É um exercício difícil, mas nos torna mais humano,
coerente e menos julgador. Cristo pra mim, muitas vezes, também, se encontra
nos convalescidos, alcoólatras, excluídos e degenerados...não apenas em altares
limpos e agradáveis aos olhos.
Quando não se tem muito a oferecer no mundo capitalista
passamos a sermos um problema, pois o capitalismo só visa o ter e o ser fica para segunda ordem e olhe lá.
A meritocracia muitas vezes é um engodo, pois nos países que
cuidam de forma mais digna de seus humanos com seus direitos de contribuintes
dando-lhes mais oportunidade se vive mais e com dignidade mesmo em condições de
doença física e mental graves!
Você era sensível demais com suas emoções ao extremo. É ruim
nos acharmos estranho, reconhecer sobriamente que cometemos erros que dão
vergonha. Mas, ao longo do caminho você encontrou pessoas que fizeram seu
melhor para lhe ajudar. Você também ajudou várias pessoas. Nossa primeira tv,
você que nos proporcionou. Lembro que a noite nossa casa era cheia de vizinhos,
pois era uma das poucas da rua.
Sua timidez com traços de inibição social, não permitia a
nossa cultura demonstração de fragilidade, frescura, fraqueza, pois no interior
todo homem deve ser destemido e valente, não é mesmo? será mesmo?
É aí que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”:
alguns saem de casa para crescer e ser quem são, outros são expulsos, alguns
outros tem medo e não saem; há quem se embriaga para desinibir; há quem entra
em pânico, pois é muito ameaçador ser normal como todos, etc.
Em contato com você tive todos os sentimentos de um nobre
humano: raiva, ódio, medo, ansiedade, amor, compaixão, espiritualidade e cuidado.
Você se foi e o estranhamento e lição da morte se fez presente. Segue aqui em
forma de palavras uma louvação em intenção de oração desse significado único
que é você meu irmão Edinaldo (lalá).
Parabéns por você me ensinar a viver e cuidar de forma
sensível dos desvalidos. Um abraço sem dimensão na sua alma!
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