quarta-feira, 1 de maio de 2019

A presença de sua ausência...



Hoje é dia de celebrar e relembrar sua vida querido lalá.
Como homem aprendi desde cedo a me colocar no lugar do outro e entender suas dores. É um exercício difícil, mas nos torna mais humano, coerente e menos julgador. Cristo pra mim, muitas vezes, também, se encontra nos convalescidos, alcoólatras, excluídos e degenerados...não apenas em altares limpos e agradáveis aos olhos.
Quando não se tem muito a oferecer no mundo capitalista passamos a sermos um problema, pois o capitalismo só visa o ter e o ser fica para segunda ordem e olhe lá.
A meritocracia muitas vezes é um engodo, pois nos países que cuidam de forma mais digna de seus humanos com seus direitos de contribuintes dando-lhes mais oportunidade se vive mais e com dignidade mesmo em condições de doença física e mental graves!
Você era sensível demais com suas emoções ao extremo. É ruim nos acharmos estranho, reconhecer sobriamente que cometemos erros que dão vergonha. Mas, ao longo do caminho você encontrou pessoas que fizeram seu melhor para lhe ajudar. Você também ajudou várias pessoas. Nossa primeira tv, você que nos proporcionou. Lembro que a noite nossa casa era cheia de vizinhos, pois era uma das poucas da rua.
Sua timidez com traços de inibição social, não permitia a nossa cultura demonstração de fragilidade, frescura, fraqueza, pois no interior todo homem deve ser destemido e valente, não é mesmo? será mesmo?
É aí que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”: alguns saem de casa para crescer e ser quem são, outros são expulsos, alguns outros tem medo e não saem; há quem se embriaga para desinibir; há quem entra em pânico, pois é muito ameaçador ser normal como todos, etc.
Em contato com você tive todos os sentimentos de um nobre humano: raiva, ódio, medo, ansiedade, amor, compaixão, espiritualidade e cuidado. Você se foi e o estranhamento e lição da morte se fez presente. Segue aqui em forma de palavras uma louvação em intenção de oração desse significado único que é você meu irmão Edinaldo (lalá).
Parabéns por você me ensinar a viver e cuidar de forma sensível dos desvalidos. Um abraço sem dimensão na sua alma!

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