sábado, 27 de abril de 2019

Compreendendo e convivendo com pessoas "borderlines".


Por Eleonardo Rodrigues


De acordo com Aaron Beck, na formação da personalidade, a aprendizagem é o processo central pelo qual o ser humano gera o conjunto de conhecimentos sobre si mesmo, o mundo, os outros, o futuro e de como proceder e reconhecer padrões afetivos, cognitivos e comportamentais. As experiências de tenra infância são importantíssimas, pois são as fontes dos primeiros esquemas mentais (estruturas cognitivas com significados pessoais). Essa aprendizagem terá forte influência determinante sobre o modus operandi do sujeito. Ao longo da vida, com empenho do indivíduo, novos esquemas podem ser formados e antigos podem ser ressignificados.
A partir de uma idiossincrasia, genética e outros fatores, pode-se estruturar um transtorno de personalidade que na perspectiva nosológica do DSM-IV-TR, se refere a um comprometimento grave e crônico, no qual a pessoa apresenta padrão de comportamento rígido, generalizado e persistente que se desvia de forma acentuada das expectativas de seu ambiente sociocultural.
Não obstante, ciente das discussões sobre a validade do conceito de transtorno de personalidade não ter um modelo único, focalizo aqui, de forma breve, o transtorno da personalidade borderline (TPB) a partir da conceituação nosológica.
Este transtorno sugere uma etiologia de interação recíproca de influência genéticas e sociais, é geralmente associado a um padrão global de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, da autoimagem e dos afetos, com marcante impulsividade percebida no início da idade adulta e que está presente em contexto variado.  A prevalência do TPB fica em torno de 1,3% na população geral. É diagnosticado predominantemente em mulheres, com uma razão estimada para o gênero de 3 para 1. Estudos apontam que, Indivíduos com este transtorno têm história relacionada a comportamentos suicidas ou atitude parassuicida e pelo menos um ato de automutilação em sua história clínica. Ainda que, a maior parte desses comportamentos não tenha consequência letal, entre 5% e 10% cometem suicídio. O que sinaliza um cuidado e responsabilidade dividida com toda sua rede de apoio.
Para aprofundar a temática resolvi problematizá-la em uma discussão que envolve o paciente borderline nas relações de casal e família, arejando ideias sobre informações gerais, implicações e cuidados.

FONTE:
RODRIGUES, Eleonardo. O paciente borderline nas relações de casal e família: informações, implicações e cuidados. In: Carla Zeglio; Ítor Finotelli jr; Oswaldo Martins Rodrigues Jr. (Orgs). Relações Conjugais. Discutindo Alternativas para Melhor Qualidade de Vida / Análise do Comportamento e Terapia Cognitivo-Comportamental com Casais.  Ed. Zagodoni, 2013.

Link de entrevista:

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