terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pesquisas em Animais: uma reflexão...

A ciência em perigo
É duro ouvir pessoas sem conhecimento científico opinando e, com base nisso, sermos acusados de maus-tratos que nunca existiram
Veja matéria do Jornal Folha de São Paulo no link abaixo:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/138315-a-ciencia-em-perigo.shtml

Fonte:
Jornal Folha de São Paulo.Terça feira, 12/11/13. Caderno Opinião.

domingo, 10 de novembro de 2013

Pesquisa Sobre Violência Doméstica

Violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta cometida, embasada na questão de gênero, que cause dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. É uma das formas mais comuns de manifestação da violência e, no entanto, uma das mais invisíveis, sendo uma das violações dos Direitos Humanos mais praticada. Trata-se de um fenômeno mundial que não respeita fronteiras de classe social, etnia, religião, idade e grau de escolaridade.
Gênero pode ser definido como um conjunto de características sociais, culturais, políticas, psicológicas, jurídicas e econômicas atribuídas às pessoas, de forma diferenciada, de acordo com o sexo. A sociedade atribui à mulher e ao homem papéis e direitos desiguais. Em consequência disso, a violência passa a ser considerada, muitas vezes, um ato normal ou natural, permanecendo invisível e inquestionável, convergindo para uma subvalorização do fenômeno e de seus efeitos.
A violência doméstica contra a mulher recebe esta denominação por ocorrer dentro do lar, e o agressor ser, geralmente, alguém que já manteve, ou ainda mantém, uma relação íntima com a vítima. Pode se caracterizar de diversos modos, desde marcas visíveis no corpo, caracterizando a violência física, até formas mais sutis, porém não menos importantes, como a violência psicológica, que traz danos significativos à estrutura emocional da mulher.
Schraiber e D’Oliveira (1999) afirmam ainda haver dificuldades para se reconhecer a real magnitude do fenômeno. Segundo as autoras, os entraves se devem em função da carência de políticas públicas de intervenção, práticas sociais eficazes e estudos que enfoquem a complexidade das interações do fenômeno buscando seus determinantes e suas consequências.
Nesse contexto, buscando a ampliação de olhares para a violência doméstica, este estudo teve por objetivo investigar os fatores que contribuem para a permanência da mulher em uma relação afetiva na qual ela sofreu violência, investigando, portanto, se a dificuldade que a mulher tem de se desligar do companheiro agressor pode ter relação com Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) descritos na Teoria do Esquema de Young.
Logo, configura-se como objetivo principal da pesquisa identificar quais esquemas iniciais desadaptativos são mais comuns nas mulheres vítimas de violência doméstica e se há ou não relação com o transtorno da personalidade dependente.

Fonte:
MEIRELES, Ana. Cláudia. CORRELAÇÃO DA TEORIA DO ESQUEMA DE YOUNG NO DESENVOLVIMENTO E PERMANÊNCIA EM UMA RELAÇÃO AFETIVA EM MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. 2013. 73p. Monografia apresentada ao Curso de Psicologia da Universidade Estadual do Piauí, Teresina, 2013.

Personalidade Borderline: Revista Grandes Temas do Conhecimento – Psicologia: Especial Borderline



A edição n.3, da Mythos Editora, traz um dossiê sobre o transtorno envolvendo a etiologia, diagnóstico, tratamentos, notas de pesquisas, o papel do terapeuta e uma correlação com o transtorno bipolar.

Nas bancas de revistas ou clique no link abaixo para acessar a revista:


Leia também
Com transtorno borderline, Monique Evans diz: “sempre me achei horrível”
Especialistas dizem que pacientes com distúrbio têm problema de autoestima e relacionamento.
Fonte: Portal R7
  http://noticias.r7.com/saude/com-transtorno-borderline-monique-evans-diz-sempre-me-achei-horrivel-29102013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

UESPI está entre as melhores do país segundo as notas do ENADE

A Universidade Estadual do Piaui-UESPI, informa que o Ministério da Educação disponibilizou na tarde desta segunda-feira (7) os resultados dos cursos das instituições de ensino superior que participaram do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2012.  Segundo o MEC, cerca de 70% dos cursos ficaram acima da média considerada aceitável no Conceito Enade. Foram avaliados somente os cursos na área de humanas.
Os melhores colocados na instituição foram os cursos:  Direito em Picos e Piripiri com índice 5; Direito em Bom Jesus, Teresina e Parnaíba com conceito 4; Psicologia em Teresina com 5 e em Floriano com 4; Ciências Contábeis em Teresina com 4; Turismo em Teresina com 5; Comunicação Social em Teresina com 5. O curso de Direito de Piripiri foi o terceiro melhor avaliado do país, com 5. Turismo foi o oitavo. Psicologia foi décimo primeiro dentre mais de 470 cursos avaliados em todo o país.
Ao todo, participaram do Enade de 2012 um total de 7.228 cursos, pertencentes a 1.646 instituições de Educação Superior brasileiras. Os universitários fizeram a prova no dia 25 de novembro do ano passado para avaliar os cursos de bacharelado em administração, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo, além dos cursos superiores tecnologia em gestão comercial, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais.
Para o Pró Reitor de Ensino e Graduação-PREG, Professor Francisco Soares, “há um grande mérito dos estudantes que fizeram muito bem a sua parte, dos Professores que fizeram a diferença no que ensinaram, da UESPI e do Governo do Piauí que apoiaram os dois segmentos. Da minha parte como Pró-Reitor de Ensino e Graduação e da nossa Pesquisadora Institucional, Profa. Rosário Batista, fica a imensa sensação de dever cumprido”, finaliza o Professor Francisco Soares.
Os números gerais de todos os cursos avaliados pelo Enade em 2012, divulgados também hoje pelo Ministério da Educação (MEC) mostram relativa alta de cursos insatisfatórios no período (aumentou de 24,9% para 30%). Mas, em 2009, 26,6% dos cursos não haviam sequer sido testados.
Fonte: (www.uespi.br)
Elias Monteiro da Cruz Neto/ASCOM
Assessoria de Comunicação - UESPI
ascom.uespi@gmail.com
(86) 3213-7398

domingo, 6 de outubro de 2013

Dependência de álcool e outras drogas

 Crack é a droga mais consumida em Teresina, segundo delegacia
                                                                                                                                                                                   por Luan Matheus


Os efeitos e consequências do uso de drogas são temas debatidos há muito tempo pelo poder público, mas até o momento as soluções ainda não foram encontradas. Embora os índices sejam alarmantes, de acordo com o delegado de Repressão a Entorpecentes, Willame Moraes Costa, Teresina e o Piauí ainda não vivem uma situação crítica em relação às drogas. Porém, pelo alto consumo, as drogas tornaram-se uma questão de saúde pública. 
Segundo Willame Moraes, a droga mais apreendida pela delegacia de entorpecentes é a maconha, porém, a mais consumida é o crack. "Pelas características físicas, a maconha é de mais fácil apreensão, por ser mais volumosa. Já o crack, pelo tamanho, pequeno valor e pela duração do efeito no organismo é mais utilizado pelas pessoas", afirma. 
Atos Felipe tem 25 anos e há sete meses abandonou as drogas em busca de uma profissão e de um futuro melhor. Ele conta que deixou se envolver a um ponto que não conseguia mais controlar suas próprias ações. "Sou ex-usuário de crack. Comecei a usar a droga por que me sentia rejeitado e sozinho, fui buscar na rua o que não tinha em casa e entrei de cabeça nas drogas. No começo era de 15 em 15 dias, depois todo fim de semana e sem perceber, me viciei no crack", diz. 
O professor e psicólogo Eleonardo Rodrigues explica que as substâncias químicas em geral são parte dos fatores que levam à dependência, mas que elas atuam junto com as características de personalidade do indivíduo e o ambiente. "Se um indivíduo experimentou droga em situação de intenso sofrimento psicológico e sua resposta foi de alívio, a tendência é repetir esse comportamento", afirma. 
Ele ressalta ainda que há pessoas que usam drogas dentro de um limite recreativo e outros que ultrapassam esse estágio, ficando na condição de dependência. Segundo ele, todas as drogas que são capazes de causar euforia ou alívio físico ou mental atuam de maneira diferenciada em cada pessoa, no circuito do prazer ou recompensa cerebral.
Durante um ano, a vida de Atos Felipe se resumiu a usar crack e buscar formas alternativas para compra-lo, mesmo sem nenhuma fonte de renda. Foram 12 meses de completa dependência da droga. "Cheguei a vender muitas coisas da minha casa para conseguir usar a droga. Mas com a ajuda do meu pai eu consegui largar o vício", conta o jovem. Atualmente, Atos Felipe é coordenador de um dos projetos desenvolvidos através do Movimento Pela Paz na Periferia (MP3), que trabalha com jovens em situação de em situação de risco social, com formação profissional e reinserção no mercado de trabalho.
A história desse jovem se mistura com a história de milhares de outros teresinenses que estão imersos no mundo das drogas, quer sejam como usuários ou traficantes, mas também se diferencia por que a grande maioria não consegue se livrar do vício. Segundo a Secretaria Municipal do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (Semtcas), não existe uma estimativa consolidada desses registros que aponte o número de usuários, as regiões de maior incidência ou os tipos de drogas com maior uso. "É importante destacar que necessitamos realizar um diagnóstico acerca da questão", ressalta Marfica Mota, da Coordenação Técnica de Monitoramento e Avaliação da Semtcas.
Nacionalmente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde, fez um levantamento e revelou que cerca de 370 mil brasileiros de todas as idades usaram regularmente crack e similares (pasta base, merla e óxi).  Entre as regiões do Brasil, o Nordeste lidera com 40% do total, seguido do Sudeste e Centro-Oeste. Além disso, cerca de 80% dos usuários dessas substâncias fazem isso em lugares públicos e de grande circulação, como ruas e praças. Leia mais...
Veja matéria completa:
Jornal Diário do Povo do Piauí. Caderno Cidade, Seção Geral: Drogas. Teresina-PI. Domingo, 06 de outubro de 2013.

sábado, 5 de outubro de 2013

Curso de Bacharelado em Neurociências no Brasil

No XXXVII Congresso da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento realizado em setembro de 2013, na cidade de Belo Horizonte-MG, tivemos a grata informação de que a Universidade Federal do ABC (UFABC-SP) concretiza o projeto de um Curso de Graduação em Neurociências com caráter inter e multidisciplinar, viabilizando o estado da arte atual dessa ciência e seu campo de atuação nas áreas das ciências cognitivas, computacional e biológica.

Grande feito para a maturidade do desenvolvimento das neurociências em nosso país.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Artigos Científicos Sobre Terapias Cognitivas

A Revista Brasileira de Terapias Cognitivas tem como missão divulgar e incentivar a produção brasileira e estrangeira sobre terapias cognitivas.

clique no link abaixo e mergulhe no conhecimento dessas áreas.




sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PORTAL DOMÍNIO PÚBLICO

Biblioteca digital desenvolvida em software livre
Missão:
"Uma biblioteca digital é onde o passado encontra o presente e cria o futuro."
Dr. Avul Pakir Jainulabdeen Abdul KalamPresidente da Índia - 09/set/2003
O "Portal Domínio Público", lançado em novembro de 2004 (com um acervo inicial de 500 obras), propõe o compartilhamento de conhecimentos de forma equânime, colocando à disposição de todos os usuários da rede mundial de computadores - Internet - uma biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.
Este portal constitui-se em um ambiente virtual que permite a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (na forma de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, que constituem o patrimônio cultural brasileiro e universal.
Desta forma, também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil.
Adicionalmente, o "Portal Domínio Público", ao disponibilizar informações e conhecimentos de forma livre e gratuita, busca incentivar o aprendizado, a inovação e a cooperação entre os geradores de conteúdo e seus usuários, ao mesmo tempo em que também pretende induzir uma ampla discussão sobre as legislações relacionadas aos direitos autorais - de modo que a "preservação de certos direitos incentive outros usos" -, e haja uma adequação aos novos paradigmas de mudança tecnológica, da produção e do uso de conhecimentos.
FERNANDO HADDAD Ministro de Estado da Educação

FONTE:

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sexualidade na Terceira Idade

Por  EVERALDO LOPES site, mergulhodeolhosabertos.blogspot.com

A ideia que a atividade sexual está ausente na terceira idade é muito difundida. Todavia, a demanda sexual dos idosos sadios diminui, mas permanece. Estatísticas confiáveis revelam que 90% dos homens de sessenta anos continuam sexualmente ativos. Os mesmos estudos dão conta de que 70% dos maiores de setenta e cinco anos e 50% dos nonagenários conservam o interesse sexual, embora apenas 15% dentre eles sejam sexualmente ativos. Segundo estudiosos do assunto, não obstante a redução da atividade sexual na terceira idade, a sexualidade do idoso continua intacta e prazerosa. Certamente a “crença” difundida sobre a negação da sexualidade no idoso deve-se a que vulgarmente considera-se apenas a sexualidade consumada no coito. Esta visão ignora outra s práticas que preenchem o conceito científico de sexualidade. A literatura especializada define-a como a “disposição corporal e psíquica para responder com prazer aos estímulos adequados que podem chegar ao coito e ao orgasmo, porém não necessariamente.” Entre os idosos as carícias e toques que satisfazem a libido são práticas sucedâneas que atendem a esta definição. Portanto não se pode negar a sexualidade entre os idosos, apenas por dificuldades eventuais ou persistentes no coito. Não obstante, se a sociedade conserva uma imagem desfavorável do perfil sexual dos que ultrapassaram a meia idade, e as pesquisas estatísticas que mostram uma realidade diferente não são amplamente divulgadas, os idosos se sentem desamparados para manifestar sua libido. Assim, a falsa informação adversa acerca do comportamento sexual humano após os 60 anos ensombrece o ânimo dos homens e mulheres da terceira idade, condenando-os à conformidade, e induzindo-o s a esconder seus desejos para não se exporem à crítica pública.
Conduta que empobrece desnecessariamente a perspectiva existencial dos maiores de sessenta anos.
É óbvio que o idoso continua sensível aos padrões de beleza estética da juventude; equivoca-se, porém, ao associar sua sexualidade às práticas inerentes aos anos da adolescência e maturidade física. Este engano seria patético. Mas, a coerência crítica do idoso consciente de suas limitações o protege contra o enleio em fantasias impróprias para sua idade; e o predispõe a conviver com as mudanças inevitáveis do seu comportamento sexual, sem constrangimento diante do envelhecimento do próprio perfil corporal e dos seus pares. A maturidade psíquico-afetiva conquistada com a experiência caminha paralelamente à vivência espiritual da existência, apoiada em valores universais. Isto implica num refinamento da libido que permite admirar a bele za estética do homem e da mulher sem o apelo erótico exigente!
 É sabido que em ambos os sexos o coito se torna progressivamente problemático com a idade; no homem por dificuldades na ereção, e na mulher pela falta de lubrificação e estreitamento vaginal decorrentes da ausência dos hormônios femininos estrogênicos, após a menopausa. Porém estas mudanças fisiológicas e anatômicas são progressivas, e evoluem com ritmo e intensidade diferentes de um indivíduo para outro. Quando o problema se torna incapacitante está indicado, opcionalmente, o uso de drogas que prolongam a ereção, e a reposição hormonal cuidadosamente controlada por médico especialista, para anular os efeitos da deficiência estrogênica.  Estas providências podem contornar as dificuldades referidas, mas não rejuvenescem, nem são essenciais para a manifestação da libido; portanto a sua prática deve ser submetida a uma avaliação crítica objetiva da realidade, até porque tais procedimentos só valem a pena quando existe sintonia afetiva na interação do casal.
O comportamento sexual humano sofre influência de fatores coadjuvantes para o melhor ou pior desempenho. Entre estes fatores sobressai a inexistência de parceiro/a por morte de um dos cônjuges, ou separação dos casais. Porém mesmo em relacionamentos oficiais estáveis, muitos casais idosos podem até aparentar sintonia aceitável, mas vivem realmente um distanciamento psíquico afetivo irredutível que equivale a não ter parceiro algum! Este geralmente é o desfecho de um casamento que não chegou a ser um verdadeiro encontro existencial. Como se vê, a atividade sexual na terceira idade sofre muitas influências psicossociais. Mas, também  interferem na sexualidade dos idosos as características biopsíquicas dos pares sexuais[1] e a influência negativa dos transtornos vasculares, decorrentes do Diabetes e doenças sistêmicas mais incidentes nessa faixa etária, obrigando ao uso de medicação específica que influi na resposta sexual.
O aumento da expectativa de vida está fazendo crescer o interesse pelo assunto de que tratamos aqui. Nos últimos 20 anos aumentou o número de idosos que buscam ajuda para melhorar o desempenho sexual. Esta demanda superaquecida tem sido explorada economicamente pela indústria farmacêutica e por charlatães inescrupulosos com ou sem titulação profissional.
Sumariando, o exercício exemplar da sexualidade humana envolvendo fatores biológicos, psicossociais e culturais é problemático em qualquer idade. Porém é mais problemático ainda na terceira idade por conta dos fatores coadjuvantes negativos já mencionados. São tantos os problemas circunstanciais que interferem na atividade sexual na terceira idade, e é tão grande a importância da sexualidade na qualidade de vida, que o aumento da longevidade humana reforça a importância da pesquisa médica, psicológica e sociológica inerente a este tema. Certamente a sexualidade na terceira idade virá a ser um capítulo dos mais complexos e de enorme importância da Gerontologia.
Entre casais idosos, é usual o julgamento estético recíproco desfavorável dos pares, ao avaliarem-se a si mesmos e às/aos parceiras/os. Reconhecemos que não é fácil assimilar o perfil corporal marcado pelo tempo. E como extensão disso, cada indivíduo, cônscio de haver perdido sua própria silhueta sedutora é assaltado pelo pudor de expor-se, inseguro, duvidando de ser alvo do interesse do seu par. É óbvio que o entrave estético é superado pelos casais que conseguiram sustentar, excepcionalmente, um sentimento de aproximação intenso depois de longa convivência conjugal.
Como se pode perceber ao examinar a questão, o companheirismo cúmplice prolongado emoldurado por intensa afetividade, não obstante excepcional, é seguramente a alternativa mais completa para a prática sadia e compensadora da sexualidade na terceira idade! Por outro lado, a experiência recente de um encontro exitoso dos que estão solteiros nesta fase da vida é tão improvável que se pode comparar a uma loteria.
Conclui-se de tudo que ficou dito que a sexualidade na terceira idade é menos erótica do que na juventude, não obstante é satisfatória e na melhor hipótese tende a ser rica de afetividade e sentimentos de aproximação numa intimidade gratificante, cúmplice e confiante. Situação intimamente associada à fortuna de um consórcio conjugal alicerçado desde o começo por afinidades psíquico-afetivas e culturais.
Everaldo Lopes

[1] A atividade sexual  na terceira idade sofre influência tanto da forma como cada um encara as mudanças corporais inerentes à idade, como de atitudes e expectativas impostas pela cultura vigente. Para muitos que não conseguiram despedir-se da valorização física dos atributos da juventude o envelhecimento do próprio corpo e o da companheira/o é uma agressão à sensibilidade estética

FONTE:
Sexologia Notícias - Ano 6(249), 21/08/2013.
Noticiário semanal publicado pelo Instituto Paulista de Sexualidade (http://www.inpasex.com.br), editado pelo Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr., para divulgação de informações e eventos sobre sexualidade humana a interessados.

sábado, 24 de agosto de 2013

HIPNOSE DE PALCO (Alerta da Associação Brasileira de Hipnose)

Texto enviado à Rede Globo.
A ASBH, entidade representativa dos hipniatras e hipnólogos regulamentados do Brasil, fundada em 1957, deseja alertar à produção do
Programa "Encontro com Fátima Bernardes" quanto ao risco que representa colocar no ar, para todo o Brasil, um espetáculo baseado
na submissão de pessoas ao estado de cataplexia ou imobilidade tônica através de técnicas hipnose.
A hipnose é um recurso terapêutico de grande valor, envolvendo técnicas com alto potencial para a solução ou melhora de muitas
doenças físicas e psicológicas, porém deve ser praticada com seriedade e após uma anamnese cuidadosa do paciente. 
A "hipnose de palco", que é a hipnose usada para fins de exibição, que não considera, portanto, o estado psicológico do sujeito, ou a
sua vulnerabilidade a transtornos mentais, promove um estado de cataplexia ou imobilidade tônica que pode causar efeitos deletérios
de dimensões variadas. 
O hipnotista deve ser preparado para identificar as possibilidades de risco do indivíduo submetido à hipnose, fundamentado em
conhecimentos advindos da uma formação clínica. Além disso, o hipnotista também deve ter conhecimento teórico e prático para decidir
quanto às providencias a serem tomadas no sentido de auxiliar a pessoa hipnotizada, em face de alguma situação de risco (17). 
No final século XIX, houve um período de muita tensão na Hungria, por causa de um caso de morte durante uma sessão hipnótica.
Segundo Lafferton13, esta lembrança serve para ilustrar a relação complexa entre pesquisa em Hipnologia, hipnose leiga e casos forenses,
que são largamente discutidos e, muitas vezes, “sensacionalizados” pela mídia em diversas épocas.
Na literatura científica atual, há vários estudos comprovando que a hipnose indevida representa um risco para a saúde mental. Algumas
técnicas de indução hipnótica são realmente perigosas quando aplicadas em determinados indivíduos (16). Há vários relatos de ocorrência
de quadros de psicose esquizofreniforme após sessão de hipnose1, bem como caso de precipitação de convulsão em pacientes epilepticos (3).
Outro fator de risco é que os pacientes com vulnerabilidade à psicose histérica são altamente hipnotizáveis (4,18). 
Com base no conhecimento dos benefícios e riscos da hipnose, em 22 de julho de 1961, graças aos esforços da diretoria da ASBH, o então
Presidente da República Jânio Quadros promulgou o Decreto-Lei no 51.009/61, proibindo, em todo o território nacional, a hipnose de palco e a
prática da hipnose por leigos, com ou sem fins lucrativos. Infelizmente, este Decreto foi equivocadamente revogado através do Decreto no 11
de 19/01/1991, no bojo da análise de um conjunto de decretos revogados pelo Presidente Collor de Mello (36). 
Os diversos riscos da hipnose praticada por leigos foram mencionados pelo Dr David Waxman19 (1917-1994) ao representar a opinião de
médicos ingleses, que consideram estar habilitados para tal prática somente médicos, psicólogos e odontólogos com treinamento qualificado,
uma vez que eles são obrigados a assumir as responsabilidades clínicas e legais sobre seus pacientes. 
Em 1955, a British Medical Association30 se manifestou sobre a hipnose pela seguinte recomendação: “Danos podem ser provocados pela
aplicação da hipnose por pessoas não qualificadas, particularmente quando usada por pessoas indiferentes ao bem-estar do paciente,
ou ignorantes das possíveis complicações mórbidas dos estados hipnóticos. Recomendamos que o uso do hipnotismo no tratamento de
desordens físicas e psicológicas seja restrito a profissionais ligados ao Código de Ética que governa a relação médico-paciente...”.
“Há grande perigo quando usado sem a devida consideração sobre pessoas constitucionalmente predispostas, ou por efeito de doença,
a severas reações psicossomáticas ou comportamento anti-social (criminalmente predispostas)” (2,3,11,12, 14,15,16,19).
Com exposto acima, esperamos ter evidenciado as razões da nossa preocupação com relação à apresentação de espetáculos como o
levado ao ar no mês de agosto no programa supracitado, mesmo que tenha sido uma mera teatralização, pois envolveu um assunto muito sério.
Terapeuticamente, a hipnose só é aplicada depois de várias consultas e, em alguns casos, exames complementares, para o completo
conhecimento das condições do paciente. Somente em casos de emergência médica ou odontológica, para facilitar procedimentos ou aliviar
o paciente de sofrimento, é que a hipnose pode ser aplicada sem os devidos cuidados prévios; mas as técnicas usadas são diferentes do que
é feito no palco. Neste, a pessoa fica exposta à observação de uma plateia e, muitas vezes, submetida a situações que podem lhe causar
medo ou constrangimentos, resultando em estado de intensa ansiedade. É importante lembrar que durante o estado hipnótico a pessoa fica
sugestionável, mas não inconsciente.
Passos da Hipnose Clínica no Brasil:
•Já em 1965, o Conselho Federal de Medicina (CFM) incluiu no Código de Ética Médica (cap. VI, artigos 62, 63 e 64) as normas de
regulamentação do emprego da hipnose pelo médico9. Em 1999, o Plenário do CFM aprovou o Parecer nº 42/99 (20/08/1999), segundo
o qual “a hipnose é reconhecida como valiosa prática médica, prática subsidiária de diagnóstico ou de tratamento, devendo ser exercida
por profissionais devidamente qualificados e sob os rigorosos critérios éticos” (5,6).
•Em 1993, o Conselho Federal de Odontologia aprovou a Resolução 185/93 que dá competência ao cirurgião-dentista para empregar a
analgesia e hipnose, desde que comprovadamente habilitado, quando constituírem meios eficazes para o tratamento odontológico.
Entretanto, o uso da hipnose na Odontologia é reconhecido desde 24/08/1966, já que é mencionado no parágrafo VI do art. 6º da
Lei no 5.081, que regulamenta o exercício desta profissão (7). 
•Em dezembro de 2000, através da Resolução 013/00, o Conselho Federal de Psicologia também aprovou e regulamentou o uso
da hipnose como recurso auxiliar de trabalho do psicólogo (8). 
•Mais recentemente, em 2011, Conselho Federal de Fisioterapia também regulamentou o uso de técnicas de hipnose no trabalho
do fisioterapeuta (9).
Referências.
1- Allen DS - Schizophreniform psychosis after stage hypnosis. Br J. Psychiatry 166:680 (1995). 
2- Bazil CW. et al. - Provocation of nonepileptic seizures… Epilepsia 35:768 (1994). 
3- Bryant, RA; Somerville, E - Hypnotic induction of an epileptic seizure… Int. J. Clin. Exp. Hypn. 43:274 (1995).
4- Cohen, RJ; Sutter, C. – Hysterical seizures: suggestion… Ann. Neurol. 11(4):391-395 (1992).
5- Conselho Federal de Medicina – http://www.portalmedico.org.br/novoportal/index5.asp
6- Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Brasil) – Manual do Médico, informar para não punir. Equipe
CPEDOC, Rio de Janeiro (2000).
7- Conselho Federal de Odontologia – http://www.cfo.org.br/index.htm
8- Conselho Federal de Psicologia – http://www.crpsp.org.br/
9- Conselho Federal de Fisioterapia - http://www.coffito.org.br/projetos_de_lei.asp/
10- Cortez, CM; Oliveira, CR - A Prática da Hipnose e a Ética Médica. Bioética, 11:65 (2003)
11- Guberman, A. – Psychogenic pseudoseizures… Can J Psychiatry 27:401-404 (1982). 
12- Kuyk, J. et al. – Hypnotic recall: a positive criterion in the… Epilepsia 40:485 (1999). 
13- Lafferton, E. - Death by hypnosis: an 1894 Hungarian case… Endeavou. 30:65 (2006). 
14- Mari, F. et al. - Video-EEG study of psychogenic nonepileptic… Epilepsia 47:64 (2006).
15- Martinez-Taboas, A - The role of hypnosis in the detection of psychogenic… Am. J. Clin. Hypn. 45:11 (2002). 
16- McGonidal, A. et al. – Outpatient video EEG recording in the diagnosis of non-epileptic seizures: … J. Neurol. Neurosurg.
Psychiatry 72:549 (2002).
17- Robb, O. et al. – The Negative Consequences of Hypnosis Inappropriately or Ineptly Applied. International Handbook of
Clinical Hypnosis. John Wiley & Sons, Ltd (2001). 
18- Spiegel, D; Fink R. - Hysterical psychosis and hypnotizability. Am. J. Psych. 136:777 (1979).
19- Zalsman, G et al. - Hypnosis provoked pseudoseizures:… Am. J. Clin. Hypn. 45:47 (2002).

FONTE:
Associação Brasileira de Hipnose (ASBH)