quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Física Quântica e Psicologia


Por Eleonardo Rodrigues

“Quanta do latim, plural de quantum, quando quase não há quantidade de se medir, qualidade de se expressar, fragmento infinitésimo quase que apenas mental” 

(Música QUANTA de Gilberto Gil).


A teoria quântica descreve o comportamento de partículas subatômicas em termos de distribuições de probabilidade, sendo que a observação real de partículas individuais ocorre aleatoriamente dentro dessa(s) realidade(s).

Devido a nova e importante perspectiva de paradigma em relação à mecânica clássica que se baseia no determinismo material, os fenômenos estudados pela mecânica quântica despertaram atenção de estudiosos e do público em geral, devido seu olhar probabilístico quase esotérico.

Há muitas distorções acerca dos conceitos de: salto quântico, princípio da incerta, dualidade de onda partícula, emaranhamento quântico. Muitas vezes, usados como estratégia de marketing para vender algum curso milagroso e transformador que geralmente sensibiliza pessoas sensíveis em algum nível de sofrimento. Ah...quem não deseja ir pra Shangri-Lá!?

O mercado neoliberal é bacana e dá espaço a criatividade para maquiar conceitos em produtos rentáveis. Por que será que os físicos acadêmicos que trabalham e pesquisam mecânica quântica não são ricaços e não vivem apregoando tais afirmações? Por que seus canais na internet com informações precisas e de não fake news não bombam de seguidores?

Enquanto, pesquisador em psicologia, aberto para os estudos inter e transdisciplinares, tenho prudência em procurar fazer o a-b-c de forma coerente no que compete a minha área de atuação, para não fazer o desserviço de praticar o que não me cabe de forma equivocada o ofício de outrem. Pau que nasce torto, não necessariamente precisa morrer torto, flexibilidade cognitiva é salutar, mas não significa abandonar-se numa fé cega, idiossincrásica e irracional diametralmente oposta às crenças de minhas origens.

A física quântica não altera de forma mágica a realidade ao meu redor a partir de meu pensamento; não é autoajuda, nem panaceia, pois muitos conceitos requerem estudos árduos de profissionais da área; facilita a explicação de alguns fenômenos “sobrenaturais”. Ainda, na nossa vida cotidiana é em grande parte, a física clássica que impera. No entanto, do ponto de vista quântico, já usamos: computadores, tv 4k, smartphones, GPS, lâmpadas de LED etc. Apesar de que encontramos no mercado tendências da geração good vibe que comercializam: água quântica, coach quântico, terapia quântica etc. Faz parte do processo de transição paradigmático esse quiprocó.

Continuo a afirmar: a ciência é humilde e sua metodologia está sempre disposta a ser usada para confirmar ou infirmar pressupostos teóricos. Leiamos estudos sérios de pessoas da referida área que desejam contribuir para um mundo melhor, mas sabem que a verdadeira magia se encontra na honestidade intelectual.

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