Por Eleonardo Rodrigues
De acordo com Aaron Beck, na
formação da personalidade, a aprendizagem é o processo central pelo qual o ser
humano gera o conjunto de conhecimentos sobre si mesmo, o mundo, os outros, o
futuro e de como proceder e reconhecer padrões afetivos, cognitivos e
comportamentais. As experiências de tenra infância são importantíssimas, pois
são as fontes dos primeiros esquemas mentais (estruturas cognitivas com
significados pessoais). Essa aprendizagem terá forte influência determinante
sobre o modus operandi do sujeito. Ao longo da vida, com empenho do
indivíduo, novos esquemas podem ser formados e antigos podem ser ressignificados.
A partir de uma idiossincrasia, genética e
outros fatores, pode-se estruturar um transtorno de personalidade que na
perspectiva nosológica do DSM-IV-TR, se refere a um comprometimento grave e
crônico, no qual a pessoa apresenta padrão de comportamento rígido,
generalizado e persistente que se desvia de forma acentuada das expectativas de
seu ambiente sociocultural.
Não obstante, ciente das
discussões sobre a validade do conceito de transtorno de personalidade não ter
um modelo único, focalizo aqui, de forma breve, o transtorno da personalidade
borderline (TPB) a partir da conceituação nosológica.
Este transtorno sugere uma etiologia de interação
recíproca de influência genéticas e sociais, é geralmente associado a um padrão
global de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, da autoimagem e dos
afetos, com marcante impulsividade percebida no início da idade adulta e que
está presente em contexto variado. A
prevalência do TPB fica em torno de 1,3% na população geral. É diagnosticado
predominantemente em mulheres, com uma razão estimada para o gênero de 3 para
1. Estudos apontam que, Indivíduos com este transtorno têm
história relacionada a comportamentos suicidas ou atitude parassuicida e pelo
menos um ato de automutilação em sua história clínica. Ainda que, a maior parte
desses comportamentos não tenha consequência letal, entre 5% e 10% cometem
suicídio. O que sinaliza um cuidado e responsabilidade dividida com toda sua
rede de apoio.
Para aprofundar a
temática resolvi problematizá-la em uma discussão que envolve o
paciente borderline nas relações de casal e família, arejando ideias sobre
informações gerais, implicações e cuidados.
FONTE:
RODRIGUES, Eleonardo. O paciente
borderline nas relações de casal e família: informações, implicações e
cuidados. In: Carla Zeglio; Ítor Finotelli jr;
Oswaldo Martins Rodrigues Jr. (Orgs). Relações
Conjugais. Discutindo Alternativas para Melhor Qualidade de Vida / Análise
do Comportamento e Terapia Cognitivo-Comportamental com Casais. Ed.
Zagodoni, 2013.
Link de entrevista: