quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo)


Por *Eleonardo Rodrigues


O TOC é caracterizado pela ocorrência de pensamentos intrusivos, repetitivos e incômodos, e de comportamentos compulsivos que o indivíduo executa de forma ritualística e repetitiva para reduzir a ansiedade provocada pelas obsessões. É o quarto transtorno psiquiátrico mais frequente, acomete entre 1 a 3% da população e atinge igualmente homens e mulheres. No Brasil, estima-se que exista em torno de 4 milhões de habitantes com TOC. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), está entre as dez doenças com maior impacto no funcionamento do paciente.

O TOC é um transtorno heterogêneo no que diz respeito aos aspectos etiológicos e à apresentação clínica dos sintomas. A apresentação clínica muda bastante de indivíduo para indivíduo com TOC e também entre o mesmo indivíduo em fases diferentes da evolução do quadro.

Em relação à etiologia do TOC, evidências apontam para a interrelação de fatores ambientais e biológicos na determinação do transtorno. Estudos de neuroimagem em pacientes com TOC mostram alterações anatômicas e funcionais em circuitos cerebrais específicos que alteram a volumetria do cérebro.

Sobre o tratamento, a intervenção psicoterápica de primeira escolha é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) que emprega a técnica de Exposição e Prevenção de Respostas (EPR), considerada padrão ouro. Já na farmacoterapia, a eficácia refere-se ao uso de substâncias que regulam a atividade de neurotransmissores, especificamente a serotonina. Constatou-se que a associação da técnica E-PR e/ou Terapia Cognitiva potencializa o efeito do fármaco. Outrossim, estudos que combinaram farmacoterapia mais Terapia Cognitiva e E-PR mais precisamente, mostraram pouca diferença significativa em relação ao uso isolado de medicamento, evidenciando que a aplicação correta de terapêuticas cognitivo-comportamentais altera cognições, emoções, comportamentos e seus correlatos fisiológicos, conforme sugerido nos axiomas da terapia cognitiva. Com base nesses achados, em casos cônicos, estudos indicam que a combinação das duas modalidades terapêuticas seria ideal para uma melhor qualidade de vida do paciente.


Cique no link para ver entrevista no Bom dia Piauí em 2019: https://globoplay.globo.com/v/7302876/

Clique no Link para ver entrevista no PITV 1.a edição em 2014: https://globoplay.globo.com/v/3708069/.



Fonte: *Rodrigues, E. P. Excerto da Tese de Doutorado (no prelo). Programa de Pós-Graduação em Medicina e Saúde da Faculdade de Medicina da UFBA.


Nenhum comentário:

Postar um comentário