Pesquisa da Unifesp aponta que 13% das crianças sofrem com o problema
No mês de maio, o II
Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulgou uma pesquisa
feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que aponta o
agravamento de um comportamento não moderno, mas que somente agora está
tendo a devida atenção: o bullying. Conforme o levantamento, 13% das
crianças e adolescentes em ambiente escolar sofrem com as agressões
físicas e verbais. Se antes era apenas uma brincadeira infantil, hoje a
questão é tratada, com razão, como algo grave e capaz de provocar
traumas relevantes.
A psicóloga Carolina Lisboa, que
coordena um grupo de pesquisa “Relações Interpessoais e Violência”,
vinculado ao Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ressalta que a criança emite
sinais de que está sofrendo com o bullying. “Geralmente elas se tornam
mais agressivas, mais reativas e assustadas. O fato de não querer ir
mais à escola também deve ser levado em consideração pelos pais e
professores”, destaca a profissional. Para Carolina, o papel da escola e
dos pais é fundamental nestes casos, não somente na identificação, mas
também na conscientização dos agressores sobre a violência, já que as
crianças, na maioria das vezes, não possuem ciência do mal que podem
estar provocando. “Uma criança nova na escola, com a aparência
diferente, com cravos e espinhas no rosto, tudo pode ser motivo para
piada, para o bullying. O papel das escolas e dos pais é alertar as
crianças sobre o conceito de justiça, para que elas se coloquem no lugar
do agredido. É preciso colocar limites, não de forma autoritária, mas
de uma forma clara”, aconselha a psicóloga. Por outro lado, a tarefa de
conscientização também precisa ser realizada com os professores, já que
muitos têm preconceito com a questão, acham que é bobagem ou “coisa de
criança”.
A profissional explica que, se o bullying é antigo, ele se reinventa
constantemente. A modalidade que mais tem chamado a atenção dos
profissionais, segundo Carolina, é o chamado “cyberbullying”, que é a
agressão cometida com o auxílio das ferramentas de tecnologia da
informação, com destaque para as redes sociais. “São agressões graves
realizadas através de torpedos, montagens de fotos, e-mails anônimos,
entre outros”, afirma.
SeminárioCom
o intuito de trazer o debate sobre o assunto para o âmbito escolar
acontece no dia 6 de novembro, no Centro de Eventos do Hotel Pestana, em
Curitiba/PR, o 1º Seminário Brasileiro de Processos Cognitivos nas
Escolas. “É uma iniciativa muito importante e inédita. Trazer o tema
para profissionais da educação é fundamental”, aponta Carolina. Além do
bullying, o seminário abordará drogas, DSTs, saúde mental e violência
doméstica e seus reflexos no âmbito escolar.
Serviço1º Seminário Brasileiro de Processos Cognitivos nas Escolas
Data: 6 de novembro de 2014
Local: Centro de eventos do Hotel Pestana - Rua Comendador Araújo, 499, Curitiba/PR
Mais informações e inscrições no site www.concriad.com.br/site/seminario ou através do e-mail contato@concriad.com.br.
Fonte:
Diego Rosinha
Mtb. 13096